quinta-feira, 5 de julho de 2012

Exercícios Físicos e o Sistema Neurocognitivo


 Bom pessoal, depois de falar de algumas doenças do sistema neurocognitivo relacionadas ao envelhecimento, é interessante discutir sobre meios para retardar a degeneração do sistema nervoso central. Um desses meios é a prática de exercícios físicos ao longo da vida, experimentalmente comprovada como um método eficaz para fortalecer a memória do idoso.
É muito provável que a relação entre exercícios físicos e memória esteja na plasticidade sináptica, ou seja, o modo como os neurônios alteram sua capacidade de intercomunicação. Observa-se que a expressão de fatores tróficos no hipocampo, região no cérebro responsável pela memória, como o BDNF (brain derived neurotrofic factor, fator neurotrófico derivado do cérebro), um modulador crítico na plasticidade sináptica do cérebro adulto, aumenta se um indivíduo realizar atividades físicas. Essas atividades causam mudanças em muitas cópias de genes ligados à atividade neuronal, estrutura sináptica e plasticidade neuronal, de modo a auxiliar no aprendizado e na memória.
O exercício físico também é um fator de estresse, devido aos hormônios que são secretados ao longo de sua prática. Foi verificado experimentalmente que a atividade aeróbica promove um melhor desenvolvimento cognitivo em idosos, devido às alterações hormonais e humorais geradas com essa prática. Os hormônios envolvidos nisso são a adrenalina, a noradrenalina, o ACTH e a vasopressina, além dos peptídeos opióides como a β-endorfina, considerado um modulador fisiológico da memória.
Uma das hipóteses que explicam essa influência hormonal diz que essas alterações podem modificar, a longo prazo, a biossíntese de hormônios do metabolismo, especialmente em regiões do hipocampo, amígdala e septo medial e córtex entorrinal (regiões criticamente relacionadas com os processos mnemônicos – aquisição, armazenamento e evocação de informações). Desse modo, essas substâncias podem tornar a memória mais eficiente por meio de mecanismos reflexos.
Outra hipótese declara que alterações bioquímicas relacionadas à liberação de serotonina e à ativação de receptores específicos são os fatores responsáveis pela melhora do desempenho cerebral. Durante um exercício físico, ocorre uma alteração na distribuição do triptofano, aminoácido componente da serotonina. Essa alteração é provocada pela lipólise, pois o aumento da concentração de ácidos graxos faz com que triptofano se desprenda da albumina e se torne livre, o que o deixa disponível para a síntese da serotonina. Ademais ocorre a oxidação e captação de aminoácidos de cadeia ramificada pelos músculos em atividade, o que diminui a concentração desses no sangue. Isso estimula a captação de triptofano pelo cérebro, pois sua competição com os aminoácidos de cadeia ramificada para atravessar a barreira hematoencefálica é reduzida. Consequentemente é possibilitada uma maior produção e liberação de serotonina.
Eu espero que vocês tenham adquirido uma noção básica sobre a importância de se praticar exercícios físicos frequentemente para se ter um bom desempenho do sistema neurocognitivo. É interessante lembrar que essa prática deve ser realizada desde a infância até a idade mais avançada possível. Sigam esse conselho!

Postado por Daniela Pinheiro

Referências Bibliográficas:

terça-feira, 3 de julho de 2012

Que stress é esse?

          Oi galerinha! Imagino que vocês estavam com saudade dos nossos posts, por isso gostaria de pedir desculpa pela demora... Mas agora que voltei, prometo recompensá-los com um assunto muito interessante: será que pessoas estressadas envelhecem mais rápido?

      Imagino que todos vocês já tenham escutado que ser muito estressado dá rugas, e também já se perguntaram se isso é verdade. Bom, é verdade, sim: pessoas estressadas apresentam envelhecimento precoce. Mas por quê?

        O estresse é resquício do instinto de auto-preservação dos animais, isso porque em estado de perigo eles são condicionados a permanecer em constante alerta, estando prontos para fugir ou lutar quando necessário. Assim, no estresse, nosso organismo permanece em um estado de alerta, caracterizado pelo aumento da produção de neurotransmissores e de hormônios da região medular das glândulas suprarenais, como a adrenalina. O aumento da concentração de adrenalina no sangue gera uma cascata de reações (como mostrado na tabela abaixo), que acabam levando ao aumento da produção de glicose (gliconeogênese). Afinal, o corpo vai precisar de energia na hora do perigo.


         O aumento da concentração de glicose no sangue acaba aumentando a atividade de respiração celular. Isso, como já vimos, leva ao aumento da produção de espécies reativas de oxigênio, que pode levar à oxidação descontrolada de estruturas celulares, resultando no envelhecimento precoce.
          Por isso, procurar realizar atividades relaxantes e que você goste faz muito bem.Pode ser desde ver um filme até praticar yôga! O importante é não deixar os empecilhos do dia-a-dia lhe prejudicar a saúde. Espero ter ajudado...beijinho pra vocês !



                     Postado por: Fernanda Cruz